Maioria dos grandes estúdios de games já usa IA para substituir devs

Maioria dos grandes estúdios de games já usa IA para substituir devs

Embora a adoção de ferramentas de inteligência artificial seja muito criticada por profissionais e fãs de games, fato é que ela já se tornou comum entre as grandes empresas que atuam no mercado. Uma reportagem publicada pela Wired mostra que, na maioria dos casos, ferramentas como o Midjourney e o Stable Diffusion já são usadas para “cortar atalhos” e compensar demissões em equipes.

O veículo teve acesso a vários e-mails internos de companhias como a Activision e entrevistou vários artistas e designers, que contribuíram de forma anônima para não arriscar seus trabalhos. Segundo eles, o processo de adoção da inteligência artificial vem sendo empurrado por executivos e, geralmente, acontece de forma pouco transparente.

Maioria dos grandes estúdios de games já usa IA para substituir devs
Foto: Divulgação/Franz26/Pixabay

A reportagem afirma que, enquanto inicialmente a Activision prometeu que as ferramentas só seriam usadas para criar imagens de uso interno, logo sua liderança rompeu essa restrição. No final de 2023, ela começou a lançar cosméticos produzidos inteiramente com recursos generativos em games como Call of Duty: Modern Warfare 3.

IA contribuiu para demissões na indústria de games

Apesar das promessas públicas de empresas como a Electronic Arts, que afirmaram que a IA serve para complementar o trabalho de profissionais, na prática eles estão sendo substituídos pela tecnologia. “Por que contratar um bando de artistas conceituais e designers caros quando você pode pegar um diretor de arte e dar algumas direções ruins a uma IA e conseguir coisas que são boas o suficiente, muito rapidamente — e ter alguns artistas para limpar isso?”, afirma um dos desenvolvedores entrevistados.

Até o momento, os profissionais da indústria que mais foram impactados são artistas conceituais, designers gráficos e ilustradores — cujos trabalhos, em muitos casos, alimentaram as ferramentas que os deixaram sem empregos. No entanto, áreas como animação 3D e programação ainda parecem seguras, dada a dificuldade de automatizá-las totalmente.

A reportagem afirma que questões como violação de direitos autorais até são mencionadas por alguns estúdios, mas muitos continuam usando a IA em seus games apesar disso. Para Karla Ortiz, artista que trabalha em projetos pontuais, atualmente há uma divisão clara entre estúdios que já abraçaram a tecnologia para cortar custos e outros que se opõem totalmente a ela.

Um exemplo do segundo caso seria a Blizzard que, apesar de não usar ferramentas externas, está treinando uma solução interna para gerar artes conceituais. Uma pesquisa da CVL Economics afirma que o estúdio deve virar uma exceção em um mercado no qual a IA deve ser usada em mais da metade dos games que serão lançados entre 5 a 10 anos — e os empregos continuarão sumindo durante esse intervalo.

Fonte: Wired

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